Madre Maria Verônica da Sagrada Face

Madre Verônica da Sagrada Face

*08/03/1934

 +12/03/2021 

Vem Senhor Jesus, buscar-me, encontrar-me, toma-me em teus braços, carrega-me… Leva-me para o seio da Trindade Santíssima. Amém!

(Escritos da Madre Verônica)

Minha luz é Jesus e Jesus me conduz para a casa do Pai!   (Escritos da Madre Verônica)

 “Cristo me amou e se entregou por mim” (Ga.2,20)               

E eu o amei e a Ele me entreguei, feliz por completar em mim o que falta a Paixão de Cristo, em favor de seu corpo que é a igreja. (Escritos da madre Verônica)

Breve histórico

      Madre Verônica nasceu em 08/03/1934 em Curitibanos, mas ainda muito nova veio com seus pais para Pato Branco, onde viveu parte de sua infância e juventude.

         Em 1953, sentindo o chamado de Deu s para segui-lo na Vida Religiosa, deixou tudo contra a vontade de seus pais e foi para o convento. Seu nome de Batismo era Dioe Maciel Pereira, no mosteiro recebeu o nome de Verônica da Sagrada Face.

        Em 1979, fundou o Mosteiro Nossa Senhora de Fátima, que a princípio começou em Palmas-PR, mas 1983 transferiu-se para Pato Branco-PR. O Mosteiro foi o Grande ideal de sua vida, o que Deus lhe pediu de forma extraordinária. O Senhor a dotou com um tino administrativo sem igual e ela conseguiu com seu incansável trabalho construir e solidificar tudo o que o mosteiro é hoje. Deixou-nos o exemplo de uma vida contemplativa Passionista exemplar, vivendo seu nome com grandeza de alma! E foi a Verônica de cada Irmã e de todos que a procuravam. Esta força divina ela recebia através da sua oração contínua, que se intensificou nos últimos sete anos de sua vida e dizia para todos estou fazendo meu noviciado para o céu!

Eterna    Gratidão!

Nossa eterna e gratidão, primeiramente a Deus, por nos ter presenteado com tão grande pessoa que foi a Madre Verônica, que sempre estará presente de forma muito viva e especial neste mosteiro, na vida e no coração de cada uma de nós e das pessoas que a conheceram.

Um exemplo admirável de quem lutou e deu a vida por um ideal e sempre deu o melhor de si por aquilo que acreditou. GRATIDÃO!!  GRATIDÃO!! GRATIDÃO!!!

Longo Histórico, que os jovens fizeram para   homenagem a Madre Verônica, por ocasião de seus 80 anos de vida em junho 2014

             No dia 8 de março de 1934 em Curitibanos, Santa Catarina, nascia uma linda menina filha de João Manuel Pereira e Laudelina, seus pais deram-lhe o nome de Dioe. Ela Viveu sua infância em Caçador, Santa Catarina e aos quatro anos foi batizada. Seus pais se mudaram para Pato Branco, Paraná em 1949 ela continuou seus estudos no Colégio das Irmãs de São José de Chamberry em Caçador, como interna.

            Tudo começou aos doze anos, quando ouviu duas religiosas comentarem entre si: “somos Esposas de Jesus”. Esta frase ficou fortemente  gravada  em seu coração e ela pensou consigo: “é algo muito grande, Jesus não vai me querer”. Outro pensamento que revelava que Deus estava tocando em seu coração foi este: “Se me fosse oferecido para escolher um bilhete que me permitisse ir direto para o céu, ou uma caixa com um lindo vestido, uma fita para os cabelos e um sapato de tirar o fôlego, eu escolheria o bilhete”.

            O tempo passou e a jovem Dioe, como uma jovem normal de seu tempo, seguia o curso de sua vida com os estudos, festas e diversões sadias. Aos 16 anos resolveu entrar no Noviciado das Irmãs de São José. Durante as férias de julho, quando chegou em sua casa em Pato Branco, logo falou ao seu pai da sua resolução. Seu pai ficou muito zangado e disse-lhe que tirasse aquela ideia da cabeça e não tocasse mais no assunto. Muito triste, ela foi até a Igreja e lá no altar de Nossa Senhora fez a seguinte prece: “Mãe, confio-te o tesouro de minha vocação; guarda-o até que chegue a hora marcada por Jesus.” Seu pai não a deixou mais voltar para o internato, e ela aos poucos foi misturando a piedade com muitos divertimentos, embora nunca deixasse a Santa Missa, comunhão diária e Horas Santas de adoração ao Santíssimo Sacramento. Continuava fiel aos seus deveres de Filha de Maria, mesmo com o mundo a atraindo fortemente. Chegou até pular carnaval com fantasia, não perdia bailes. Dançava até as quatro da madrugada e levantava-se as seis para ir à missa e comungar. Achava que não era pecado divertir-se assim. Era muito vaidosa no vestir-se. Na pequena cidade de Pato Branco era ela que criava a moda. Organizava excursões, piqueniques, etc. Aos 17 anos, em meio aos divertimentos, acabou duvidando seriamente de sua vocação, principalmente porque um rapaz de ótima família se apaixonou por ela, e diante da insistência dele, uma grande afeição tomou-lhe conta do coração, algo que marcou profundamente a sua vida. Depois de dois anos de namoro ficaram noivos.

            Nos primeiros meses de noivado ela se considerava a pessoa mais feliz do mundo. Depois, com o aproximar-se da data marcada para o casamento as dúvidas sabre sua vocação voltou. No tempo de interna com as Irmãs de São José, lera o livro das aparições de Nossa Senhora de Fátima, do qual uma frase a tocou profundamente: “As almas se perdem e vão para o inferno porque não há quem reze e se sacrifique por elas”. No meio aos divertimentos, em pleno salão de baile ou no cinema, interiormente uma voz lhe dizia: “As almas estão caindo no inferno e tu te divertes sem fazer nada por elas?” Esta voz a perseguia e não lhe dava tréguas. Intensificara a oração para conhecer melhor a Vontade de Deus a seu respeito; porém achava impossível que Deus a quisesse. Parecia-lhe impossível coexistir uma vocação religiosa num mesmo coração apaixonado por um jovem do qual era também amada apaixonadamente. Por outro lado, sentia que deveria sacrificar tudo pela salvação das almas. Era uma dúvida terrível que lhe torturava continuamente. Era uma luta interior muito grande entre a graça e a natureza. Mas Jesus venceu! Ela poderia então ter cantado como canta hoje com um sabor agridoce de vitória: “Seduziste-me Senhor, e eu me deixei seduzir, numa luta sem igual, dominaste-me, Senhor, e foi tua a Vitória.” Sabor agridoce naquela hora, porque hoje é só doce.

            Como a sua participação à santa missa era diária, algumas vezes mesmo em dia de trabalho, seu noivo a acompanhava, mais para dar-lhe gosto, do que por compreender o valor do ato. Depois da comunhão, mesmo acabada a missa, ela prolongava a ação de graças e em um desses momentos de ação de graças, três meses antes da data marcada para o casamento (dois de maio), quando ela pedia entre lágrimas que Deus a fizesse conhecer a sua Santíssima Vontade, ouviu em seu coração estas nítidas palavras: “Deus me quer!” Assim toda a dúvida se dissipou e a partir desse momento ela teve a certeza que Deus a chamava à Vida Religiosa. No dia seguinte, partiu para o Colégio onde fora interna, fugindo de seu pai e do seu noivo que estavam viajando. Para sua mãe apenas disse que por serem suas últimas férias antes do casamento,  (pois lecionava no Colégio das Irmãs de Caridade) gostaria de fazer um passeio na casa de sua irmã Noêmia em Caçador, Santa Catarina, e sua mãe mesmo estranhando a bagagem que estava levando, simplesmente consentiu. Somente uma de suas irmãs sabia de seu empreendimento e a ajudou na fuga, pedindo ao Vigário um atestado de boa conduta que era de praxe levar com os outros documentos quando se entrava no Noviciado. Foi-lhe dolorosa a partida: era o dia 10 de janeiro de 1953. Tinha 18 anos. Para não mentir, primeiro foi à casa de sua irmã Noêmia como dissera a sua mãe e de lá para a casa das Irmãs de São José onde estivera interna. Do Colégio escreveu uma carta para sua mãe comunicando-lhe sua decisão: “Quando a Vontade de Deus se manifesta só se deve dizer Sim: diga o seu sim comigo minha querida mãe”.

            Depois de uns três dias já estava viajando com as Irmãs de São José da Cidade de Caçador para Curitiba. No trem ela ia cantando baixinho: “Tudo darei, mas por Maria, ao meu amável, bom Jesus, tudo a Jesus, tudo a Marial”. Finalmente livre e com o consentimento de seus pais, enviado por meio de dois irmãos seus, pode começar o postulantado no dia 1º de março de 1953. Passou-lhe rápido este período de formação e chegou o retiro para a preparação da Vestição do santo habito. Durante esse retiro, que foi o primeiro de sua vida, sentiu-se envolta pela presença de Deus como por uma nuvem. Havia familiarizado-se com a doutrina de Isabel da Trindade sobre a habitação da Santíssima Trindade em nós, encontrando-se com esta verdade que era o principal alimento de sua alma, junto com a presença de Jesus na Eucaristia e a devoção a Nossa Senhora.

            Na Vida Religiosa naquela época era costume trocar o nome civil por outro religioso: escolhera o nome de Maria da Trindade do qual muito gostou pelo seu significado. Foi através da serva de Deus, Isabel da Trindade que conhecera a vida contemplativa e que era para este tipo de Vida Religiosa que Deus a estava chamando. Somente mais tarde conheceu a existência das Monjas Passionistas, por uma companheira de noviciado que se correspondia e era amiga da Irmã Madalena do Bom Pastor, Monja do Mosteiro Santa Gema em São Paulo. Porém antes de procurar o Mosteiro, teve o seguinte sonho: Em um dos corredores no Colégio das Irmãs de São José (onde era noviça) se encontrava com Jesus que carregava uma cruz. Com uma mão Ele segurava a cruz e com a outra Ele a abraçava, encostando sua cabeça coroada de espinhos em sua fronte. Um dos espinhos da sua coroa cravos sê-lhe em sua fronte, e nisso se acordara com a sensação de que tudo aquilo lhe era muito real, e através deste sonho descobriu o chamado que Deus lhe fazia à vida Contemplativa Passionista. Somente dois anos após confirmação de sua vocação à Vida Contemplativa, sua Mestra e Provincial a deixam partir, encaminhada pelo Pe. Geraldo Pelanda CP. que através de um bilhete escrito a um dos padres Passionistas do Calvário pediu para apresentá-la às Monjas Passionistas do Mosteiro Santa Gema em São Paulo. No Mosteiro não conhecia nada e ninguém, segundo uma expressão sua ela “entrou no escuro”. Sua mãe disse-lhe: “Minha filha, você não tem medo de encontrar muitos sacrifícios lá”. Ela respondeu: “Não mãe, porque, com a graça de Deus, eu vou preparada para carregar a cruz do tamanho que eu a encontrar; Deus me dará força”. Despediu-se de sua querida mãe, com o pressentimento que nunca mais a veria nesta terra, e assim aconteceu. Deus a levou dois anos depois de sua entrada no Mosteiro.

            Era o dia 8 de novembro de 1955 as 10 horas da manhã, quando a porta da clausura se abriu para seu ingresso entre as Monjas Passionistas, ao entrar se deparou com um grande Crucifixo que ao fitá-lo sentiu em seu coração: “Aos pés da cruz sob o manto de Maria encontrei o meu lugar.” Iniciou-se a etapa de formação com o postulantado que durou mais ou menos um ano, e em 13 de Janeiro de 1956 com a Vestição do hábito Passionista, concluiu o período do noviciado recebendo o nome religioso de Irmã Verônica da Sagrada Face. Em sua vida a devoção à Sagra Face tem uma história. Desde sua adolescência esta sempre lhe a acompanhou e Jesus vinha trabalhando em seu coração através de vários fatos significativos os seus traços Divinos e Dolorosos. E por providência veio a saber mais tarde que enquanto procurava um Mosteiro Contemplativo, a Madre Maria Gema, então Mestra do Mosteiro Passionista de São Paulo, estava fazendo uma novena à Sagrada Face, pedindo-lhe boas vocações. Quando chegou o seu pedido de admissão, então a Madre Gema inspirada disse: “Essa vocacionada chamar-se-á: Verônica da Sagrada Face”.

            Em 1° de junho de 1958 chega o dia tão esperado, a sua Consagração Religiosa: Como Maria que se consagrou totalmente a Pessoa de Jesus, servindo ao Mistério da Paixão, a Irmã Verônica da Sagrada Face em fé e livre obediência colocou-se a serviço da Igreja, com sua vida escondida, de pobreza, oração, solidão plenificada da presença de Deus e jubilosa penitência. Serviu a comunidade do Mosteiro Santa Gema por 25 anos como Mestra das Aspirantes, Diretora das Junioristas, Ecônoma, Enfermeira, etc… Porém a sua missão se tomaria mais ampla e fecunda. Um novo campo de semeadura aguardava mais uma vez o seu “Sim decisivo”: A fundação do Mosteiro Nossa Senhora de Fátima em 1979 que com muitas lutas, coragem, garra, esperança e fé, que resultaram em vitória. “Por fim o meu Imaculado Coração Triunfará!”      

Ave  Maria da Madre Verônica

  Ave Maria poderosa                    

   mãe    de Deus, bondosa

   mãe nossa. Rogai por nós

   pecadores, agora e na hora

   de nossa morte. Amém